29 de abril de 2009

Homem é processado por não conseguir engravidar mulher do vizinho

Um homem que vive na Alemanha foi processado por não conseguir engravidar a mulher do vizinho, depois de ser contratado por 2 mil euros (cerca de R$ 5,7 mil) para isso. Apesar de Frank Maus receber a quantia, descobriu-se depois de seis meses de tentativa que ele é estéril.

Demetrius Soupolos e a mulher, Traute, queriam ter uma criança, mas descobriram que Soupolos não poderia ter filhos. Por isso, decidiram contratar Maus, na esperança que o homem casado e com dois filhos pudesse engravidar Traute. A informação foi divulgada pela publicação alemã “Bild”.

Depois de seis meses e nenhuma gravidez – com uma média de tentativas de três vezes por semana --, Soupolos insistiu para que Maus passasse por exames médicos. Os testes mostraram que o vizinho também é estéril. Por isso, a mulher de Maus foi obrigada a admitir que as duas crianças não eram dele.

De acordo com o “Bild”, a Justiça de Sttutgart, na Alemanha, ficará responsável pela decisão sobre o caso. Outras agências dizem que, no processo, Soupolos pede seus 2 mil euros de volta. O vizinho, no entanto, não quer devolver a quantia, porque não havia dado garantias de gravidez.

27 de abril de 2009

Água: O poço mundial está a secar

O Verão passado, enquanto o jornal espanhol El Pais mostrava fotografias de leitos secos dos rios, o Guardian, na Inglaterra, mostrava notícias sobre cheias. Enquanto o governo local em Barcelona fazia planos para importar água através de navios, o governo britânico avaliava as suas barreiras contra as cheias.

Segundo a Agência Europeia do Ambiente (AEA), existem muitas causas, mas a previsão é de que as alterações climáticas aumentem tanto a frequência como a gravidade destes eventos. Mesmo que se reduzam as emissões, a concentração histórica dos gases com efeito de estufa resultará em alterações climáticas – logo, haverá impactos. É importante racionalizar recursos hídricos.

Portanto, precisamos de nos adaptar – isto significa avaliar a nossa vulnerabilidade e actuar para diminuirmos os riscos. Esta análise da adaptação às alterações climáticas dirige a atenção para as questões relacionadas com a água, principalmente as secas.

À medida que as temperaturas sobem as reservas de água do Sul da Europa diminuem. Ao mesmo tempo, a agricultura e o turismo irão requerer mais água principalmente nas regiões mais quentes e secas.

Um aumento na temperatura da água e uma diminuição do fluxo dos rios no sul irão também afectar a qualidade da água. O aumento das épocas de chuva e as cheias relâmpago irão aumentar o risco de poluição através das inundações devido às tempestades e às descargas de emergência das estações de tratamento de água.

Na Primavera de 2008, os níveis de água nas reservas em Barcelona eram tão baixos que foram feitos planos para o abastecimento da região. Foi calculado um custo estimado de 22 milhões de euros e seis carregamentos, cada um com água fresca suficiente para encher dez piscinas olímpicas.

Falta de recursos levam a medidas de emergência

Estava previsto que viesse de Tarragona no sul da Catalunha, Marselha e Almeria - uma das áreas mais secas do sul de Espanha. Felizmente, o mês de Maio foi chuvoso, as reservas encheram-se o suficiente e os planos foram arquivados. Contudo, continuam as discussões sobre o desvio de água dos rios como o Ebro e até o Rhône na França.

Seca catastrófica

O Chipre está a sofrer uma seca catastrófica. A procura de água tem vindo a aumentar nos últimos dezassete anos e é superior a 100 milhões de metros cúbicos (m3) por ano. Durante os últimos três anos apenas 24, 39 e 19 milhões de m3 respectivamente, foram disponibilizados.

Para minorar a crise, foi enviada água, no Verão passado, da Grécia. Em Setembro de 2008, vinte e nove navios chegaram, mas a falta neste país abrandou os carregamentos. O governo cipriota foi forçado a aplicar medidas de emergência que incluíram o corte de 30 por cento do fornecimento.

Na Turquia, os níveis caíram consideravelmente no Verão passado, de acordo com a autoridade estatal de distribuição de água. As reservas que a forneciam potável a Istambul continham 28 por cento da sua capacidade. As reservas que forneciam Ancara, com 4 milhões de pessoas, continham apenas um por cento de água potável.

Um relatório do Gabinete das Águas de Creta deu uma imagem alarmante de reservas subterrâneas de água na ilha. Os aquíferos – reservas subterrâneas – desceram aproximadamente 15 m desde 2005, devido ao bombeamento em excesso. O mar começou a avançar, poluindo as restantes reservas.

Redução e adaptação

Os gases com efeito de estufa estão a causar alterações climáticas. Espera-se que o Sul da Europa se torne mais quente e mais seco enquanto o noroeste se torna provavelmente mais temperado e húmido. No geral, as temperaturas globais irão continuar a subir.

Os Estados-membros da UE acordaram que os aumentos globais da temperatura devem ser limitados a 2°C acima dos níveis pré-industriais para evitar alterações graves do nosso clima.

Este é o objectivo principal da UE para os esforços de redução. Estes esforços estão focados no corte de emissões de gases com efeito de "estufa". Limitar o aumento das temperaturas para dois graus exige uma redução de 50 por cento nas emissões globais de gases até 2050.

Contudo, mesmo se as emissões parassem hoje, as alterações climáticas iriam continuar por muito tempo devido à concentração histórica dos gases com efeito de estufa na atmosfera. Os impactes são claramente visíveis no Árctico, por exemplo. Devemos começar a adaptar-nos. A adaptação significa avaliar e lidar com a vulnerabilidade dos sistemas humanos e naturais.

Os glaciares estão a derreter

A redução das alterações climáticas e a nossa adaptação estão muito ligadas. Quanto mais sucesso tiverem os esforços de redução de emissões, menor será a nossa necessidade de adaptação.

Controlo da crise

As secas actuais e a crise da água devem ser tratadas a curto prazo para assegurar água às pessoas. Contudo, também devem ser desenvolvidas políticas de adaptação a longo prazo.

Os governos a nível local e nacional, desesperados para reforçar as reservas de água, estão a investir em projectos tais como reservatórios para armazenar água, transferência de água e planos de dessalinização, que tornam a água salgada apropriada para beber.

Os países mediterrânicos estão a confiar cada vez mais na dessalinização para fornecer água fresca. Actualmente, a Espanha tem 700 tanques de tratamento que fornecem água suficiente a oito milhões de pessoas diariamente. Espera-se que a dessalinização duplique nos próximos 50 anos em Espanha.

No Norte da Europa, o Reino Unido está também a construir o seu primeiro tanque de dessalinização a leste de Londres. Com um custo de 200 milhões de libras esterlinas, mais do que 250 milhões de euros, as instalações podem fornecer 140 milhões de litros por dia, o suficiente para fornecer 400 mil casas.

Ironicamente, as autoridades locais da água que estão a construir a instalação perdem muitos milhões de litros de água potável todos os dias, através de canos com fugas e infra-estruturas deficientes.

No entanto, o problema da dessalinização é um processo que consome notoriamente muita energia. Algumas instalações usam energia solar, o que é um passo positivo, mas ainda é dispendiosa. Também a salmoura, um subproduto de elminação difícil, pode prejudicar o ambiente.

Controlar recursos

"No Verão a temperatura aqui costuma ascender aos 40º C e a humidade também é alta", diz Barış, natural de Istambul. "As autoridades locais podem actualmente avisar-nos muito melhor e normalmente podem informar-nos durante quanto tempo a água estará desligada. Assim podemos fazer planos. Não parecem estar a realizar os esforços necessários para gerir a falta de água. Não podem fazer chover mais, suponho", afirma.

As autoridades regionais e nacionais na Turquia e por toda a Europa podem "controlar" melhor os recursos de água. Isto quer dizer, tomar medidas para reduzir e controlar o consumo, em vez de tentar simplesmente aumentar as reservas de água.

A Directiva Quadro da Água (DQA), o principal instrumento que define a legislação em matéria de água na Europa, obriga os Estados-membros a cobrar serviços como ferramenta efectiva para promover a conservação do precioso líquido.

Na verdade, é um dos métodos mais eficazes de influenciar padrões de consumo. Este controlo efectivo deve incluir também esforços na redução de perdas e na informação sobre a eficiência de uso.

Mais informação

O Índice de Exploração de Água (WEI) é um bom exemplo do tipo de informação necessária para uma visão geral da escala e localização dos problemas que enfrentamos.

Em termos mais simples, o índice mostra os recursos disponíveis num país ou região comparado com a quantidade de água usada. Um índice de mais de 20 por cento normalmente indica escassez. Nove países estão em "stress hídrico": Bélgica, Bulgária, Chipre, Alemanha, Itália, Antiga República Jugoslava da Macedónia, República da Macedónia, Malta, Espanha e Reino Unido (Inglaterra e Gales).

Um próximo relatório da AEA considera os Alpes, muitas vezes descrito como "a torre de água da Europa" devido a 40 por cento deste líquido potável vir da cordilheira de montanhas. A região Alpina experimentou aumentos de temperatura de 1,48º C nos últimos cem anos – o dobro da média global. Diz o relatório que os glaciares estão a derreter, o limite da neve está a subir e a cordilheira de montanhas está a mudar gradualmente, alterando a forma de acumular e armazenar água no Inverno para a distribuir de novo nos meses mais quentes.

A integração da adaptação de políticas chave da UE tem sido limitada. Contudo, espera-se que a Comissão Europeia publique um trabalho sobre a adaptação em 2009.

Um relatório da AEA recente aponta que até, agora só sete dos trinta e dois países adoptaram as Estratégias de Adaptação Nacional para as alterações climáticas. Mas, todos os Estados-membros estão ocupados a preparar, a desenvolver e a implementar medidas nacionais baseadas nas situações observadas em cada país.

24 de abril de 2009

Arouca já é património geológico da Humanidade

Arouca é reconhecida oficialmente pelo seu excepcional Património Geológico com relevância a nível internacional e agora é oficial a integração do seu Geoparque como membro da Rede Europeia de Geoparques, sob a tutela da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

A decisão foi hoje, Dia da Terra, dada a conhecer em conferência de Imprensa, com a presença do presidente da Associação do Geoparque Arouca (AGA), Campelo de Sousa, do coordenador executivo, António Duarte, e do coordenador científico do projecto, Artur Sá, bem como do presidente da câmara municipal.

O concelho arouquense acolhe uma série de espécimes de natureza única como as designadas «Pedras Parideiras da Castanheira» ou as «Trilobites gigantes de Canelas».

O local foi inaugurado a 5 de Dezembro de 2007 e envolve uma área de 327 quilómetros quadrados, que abrange 41 geo-sítios – termo técnico para os “locais com interesse geológico” – que, como António Duarte explicou ao «Ciência Hoje», “foram inventariados e servirão de base à rede pelo seu carácter científico, raridade a nível planetária, encanto estético, valor educacional ou turístico”.

As raras «Pedras Parideiras» da Castanheira

O coordenador executivo ressalva ainda que “o território administrativo é classificado ao abrigo de compromissos internacionais” por albergar fenómenos de “características excepcionais”, de onde se salientam as pistas fósseis, por exemplo.

Geo-sítios

Dos geo-sítios inventariados, António Duarte não se escusa de destacar os mais emblemáticos, assim como as particularidades mais representativas dos locais. Uma cascata com mais de 75 metros de altura, de onde cai o rio em queda livre, na Frecha da Mizarela e uma escarpa singular conferem elevado interesse geomorfológico ao parque de Arouca.

No entanto, rochas graníticas raras no mundo e únicas na Europa, também não poderão ser alvo de displicência. As «Pedras Parideiras» – geologicamente conhecidas por Granito nodular da Castanheira, nome que vem no seguimento da proximidade com a aldeia da Castanheira e pela textura nodular do mineral – foram transformadas há três milhões de anos e encontram-se sempre emparelhadas em rocha mãe e filha, que se vão soltando com a erosão dos tempos.

Cascata de 75 metros na Frecha da Mizarela

Outra ocorrência geológica apontada pelo coordenador são as Trilobites – fósseis de um ser marinho que viveu no fundo do mar há 465 milhões de anos. Estas, segundo Daniela Rocha, geóloga da AGA, possuem a um tamanho destacável. “As Trilobites gigantes de Canelas são muito valiosas por serem as maiores do mundo”, enfatiza.

A geóloga refere ainda uma panóplia de outros fósseis de menor relevo, uma colecção recolhida ao longo da extracção de ardósia. Mas, também de grande interesse, neste território de excepção, são os «Icnofósseis» do vale do Paiva e igualmente chamadas de “pegadas” de Trilobites, que resistem há 480 milhões de anos. ”Estes são vestígios de por onde andaram os seres”, diz Daniela Rocha.

Já de interesse mais turístico são as «Pedras Boroas», pelo seu aspecto visual – “uma geoforma granítica semelhante a um boroa ou broa [pão de milho]”, descreve a geóloga.

Desenvolvimento sustentável

O reconhecimento do Geoparque confere-lhe não apenas distinção, mas também mais responsabilidade. Na base de implementação de estratégias de desenvolvimento sustentável estão acções de geo-conservação, revitalização de zonas e centros de investigação e interpretação geológica, como princípio agregador das sinergias da região.

As «Pedras Boroas» de geoforma singular

Existe um projecto em fase embrionária para a recuperação das antigas minas de volfrâmio – Couto de Regoufe e o do Rio de Frades. Os filões mineralizados são particularmente abundantes na região de Arouca, especialmente na área da Mina da Pena Amarela, recentemente revitalizada e que inclui um percurso pedestre.

António Duarte acrescentou ainda que estratégias de desenvolvimento territorial prevêem acções de sensibilização junto da população em geral e para turistas. "Serão lançados programas educativos com a possibilidade de visitas organizadas para escolas. A vertente turística, contemplada na Bolsa de Turismo de Lisboa, reunirá eventos gastronómicos, culturais e etnográficos, com rotas temáticas", conclui.

O actual Centro de Interpretação Geológica mudará de nome para «Casa das Pedras Parideiras» após uma antiga habitação abandonada, construída com essas rochas, ser requalificada.

A arrancar num futuro próximo encontram-se o Centro de Interpretação dos Viveiros da Granja, dedicado à botânica e um Centro de Investigação, em parceria com a Universidade de Aveiro e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O Geoparque de Arouca é o segundo projecto do género em Portugal, a seguir ao Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, que também integra a rede da UNESCO, desde Julho de 2006.

22 de abril de 2009

Astrónomos revelam maior colisão entre galáxias já registrada

Astrónomos identificaram a maior colisão entre aglomerados de galáxias já registrada, a partir da combinação de imagens captadas por três telescópios diferentes.



Usando dados do telescópio espacial Hubble, do Observatório Chandra e do Observatório Keck, no Hawai, os cientistas conseguiram determinar a geometria tridimensional e o movimento dos aglomerados, a uma distância de 5,4 mil milhões de anos-luz da Terra.

Os pesquisadores descobriram que quatro aglomerados distintos se envolveram numa fusão tripla, num fenómeno que, segundo eles, poderá ajudar a entender o que ocorre quando alguns dos maiores corpos do Universo se chocam.

Aglomerados de galáxias interagem gravitacionalmente uns com os outros, e colisões entre eles são normais.



'Notável'

Os objectos envolvidos na colisão pertencem a um sistema baptizado pelos astrónomos de MACJ0717, um "filamento" de galáxias, gases e matéria negra com 13 milhões de anos-luz de extensão e em constante fluxo de material.

"Além de ser lotado de movimentos, este sistema também é notável por causa de sua temperatura - uma das mais altas já conhecidas", afirmou Cheng-Jiun Ma, da Universidade do Hawai e o chefe da pesquisa.

"Trata-se do aglomerado mais espectacular e mais perturbado que eu já vi", disse. "Creio que ele pode nos ensinar muito mais sobre como as estruturas do Universo crescem e evoluem.

"Para a descoberta, o telescópio de Keck e o Hubble forneceram informações ópticas sobre o movimento e densidade das galáxias ao longo de uma linha, mas não sobre o que ocorria na rota perpendicular a esta linha.

Ao combinar os dados de raio-X vindos do Observatório Chandra, os cientistas conseguiram os detalhes tridimensionais da imagem.

Ma e seus colegas esperam no futuro poder utilizar imagens de raio-X ainda mais penetrantes para medir a temperatura dos gases ao longo de toda a extensão do filamento.

20 de abril de 2009

Cientistas prevêem a possibilidade da Dengue voltar a Portugal Continental



A Dengue é uma das principais doenças infecciosas mundiais, que tem vindo a propagar-se para além das regiões tropicais e subtropicais, devido ao aquecimento global motivado pelas alterações climáticas.



O mosquito transmissor da Dengue já se encontra na Ilha da Madeira e a chegada a Portugal Continental poderá estar para breve. Que riscos corremos? A situação é estudada no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, que para além da consulta aos viajantes mantém investigação sobre o vírus e o mosquito transmissor.

São mosquitos. Mosquitos que podem transmitir a Dengue. Uma doença infecciosa causada por um arbovírus, ou seja uma doença viral que na situação mais grave é hemorrágica podendo conduzir à morte.

O vírus é transmitido aos humanos por mosquitos Aedes aegypti ou Aedes albopictus, quando estes estão infectados com o vírus.

Assim, para haver transmissão da Dengue é necessário haver o vírus e o mosquito vector.

Mosquito que tem o habitat nas regiões quentes e húmidas.

Com a mobilidade de pessoas de regiões tropicais e subtropicais, onde a Dengue é endémica para Portugal a propagação da doença apenas está dependente da chegada do mosquito vector.

Sabe-se que o mosquito Aedes aegypti terá já chegado à Ilha da Madeira e daí para Portugal Continental pode ser apenas mais um passo.

Um passo que preocupa o investigador entomologista António Grácio que no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, em Lisboa, estuda a propagação da doença.

«Eu julgo que ele não está em Portugal continental por puro acaso, por sorte nossa, digamos. Quer por avião quer por barco ele pode chegar cá facilmente, assim aliás como chegou à Madeira. Pensa-se que ele pode ter vindo da Venezuela, pode ter vindo do Brasil, mas chegou e depois de estar introduzido vai ser um problema, vai ser uma luta muito grande. O ideal era conseguir-se que ele não fosse introduzido novamente em Portugal, reintroduzido, uma vez que já o tivemos até 1956. Mas eu julgo que não está cá por pura sorte», explica António Grácio, Investigador, Director de Entomologia, Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

A partir de todo o mundo podem chegar vectores do vírus da Dengue, Mosquitos Aedes, que para além da dengue, podem transmitir doenças como a febre-amarela e a Chikungunya.

«O mosquito é o aedes albopictus que é conhecido pelo Tigre da Ásia, que nessa altura só existia na Ásia, que foi nos anos 70 introduzido na Albânia, seguidamente em Itália. Neste momento encontra-se espalhado por toda a Itália e depois foi um pouco por toda a Europa, como podemos ver no mapa que indica precisamente a distribuição. Neste momento só não se conhece a sua distribuição além dos países nórdicos, só não se conhece a sua distribuição em Portugal, não sabemos se já cá entrou, se não. Em Espanha, existe perto de Barcelona e 3 km a sul de Barcelona. Portanto, na nossa região continental, não sabemos se ele existe ou não, partimos da hipótese que ainda não foi, pelo menos, ainda não foi encontrado», explica António Grácio, Investigador, Director de Entomologia, Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

Os mosquitos aedes têm as melhores condições de habitats nas zonas tropicais, mas com as actuais alterações climáticas a Europa oferece já condições naturais: calor e humidade.

Locais com águas paradas são a casa para se multiplicarem e a partir daí viajarem para outras paragens.

O transporte principal são os pneus. Pneus é uma coisa terrível, porque no local de origem chove, ficam pequenas quantidades de água no interior do pneu, mesmo que essa água evapore os ovos colam-se às paredes dos pneus e depois quando vem para outro local, chove novamente, têm noção de que o ambiente está propicio à sua sobrevivência e desencadeia o ciclo, ovular, a pupa e depois o adulto. Além dos pneus, temos o bambu da sorte e pequenos contentores», refere António Grácio, Investigador, Director de Entomologia, Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

São os mosquitos a viajar e as pessoas a viajar para locais onde o risco de infecção com a Dengue é uma realidade. É nos viajantes pouco informados que reside o maior perigo, considera Investigador Jorge Atouguia.

«O risco da entrada do vírus não é necessariamente do emigrante ou da pessoa que vem do Brasil. Primeiro, porque a pessoa que vem do Brasil, se for um adulto e vier de uma zona de Dengue, provavelmente já teve e, portanto, não apresenta risco absolutamente nenhum, porque aquilo que ele tem são anticorpos», explica Jorge Atouguia, Director da Unidade de Doenças Tropicais, Instituto de Higiene e Medicina Tropical e adianta «Portanto, só nessa fase dos 3 a 5 dias é que há risco e a maior parte das pessoas que está nessa fase não são nem pessoas que vêm do Brasil, de imigrantes, nem imigrantes da Venezuela, são os viajantes. São as pessoas que vão para várias zonas aonde existe Dengue, que não estão suficientemente informadas sobre esse risco».

E no caso de ser infectado com o vírus alguns sintomas começam a manifestar-se.

«As pessoas queixam-se de um grande cansaço e sobretudo de dores musculares, e de dores ou mialgias, aquelas dores até profundas nos ossos, era chamado o quebra ossos. Portanto, a pessoa sente uma dor intensa a nível dos ossos, quase como aquelas dores reumáticas também. Isto é mais-menos generalizado e, portanto, para além da febre, do mal-estar geral, há estas características ligadas sobretudo às dores, por vezes, extremamente intensas ao nível ósseo», refere Jorge Atouguia, Director da Unidade de Doenças Tropicais, Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

Hoje já existe um exame rápido e fiável - o Teste de Imunocromatografia para a Dengue. Através da centrifugação de uma amostra de sangue é obtido o soro que é colocado neste kit de teste, juntamente com um reagente que se vai ligar ao soro. Em apenas 15 a 20 minutos obtém-se o resultado que é indicado por linhas coloridas.

«A fazer alguma coisa do ponto de vista dos sintomas, a fazer paracetamol. É importante até dizer isto às pessoas que vão viajar para zonas de Dengue e que podem eventualmente tratar um quadro febril com aspirina porque o fazem por rotina e se for Dengue podem ter fenómenos, pode ser um daqueles casos em que podem ter algumas manifestações hemorrágicas numa primeira infecção», adianta Jorge Atouguia, Director da Unidade de Doenças Tropicais, Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

Investigadores do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e médicos do sistema nacional de saúde prepararam-se para eventual entrada de mosquitos vectores da Dengue em Portugal Continental, oriundos da ilha da Madeira ou do Sul da Europa.

«Para esta situação vai ser assinado um Protocolo em breve, julgo entre o Instituto e a Direcção-geral de Saúde. Ainda não foi assinado, julgo que já vieram os ofícios necessários para que se passe de facto à concretização», afirma António Grácio, Investigador, Director de Entomologia, Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

Entretanto a Dengue não para, a doença está a evoluir para regiões antes livres de mosquitos vectores. Mas que agora as alterações climáticas deram-lhe mais território com calor e humidade. Portugal pode ser o próximo território destes mosquitos.

Encontrarão entretanto os cientistas armas capazes de travar os invasores?

19 de abril de 2009

Regresso a meio gás

Pois é! Depois de ter estado ausente alguns meses devido a motivos pessoais, lá venho eu voltar a cuidar do meu "filho" que tem estado abandonado, mas outros valores familiares falaram mais alto e tive de abandonar tudo à pressa, sem sequer deixar um cartão de despedida! Mas vamos a ver o que isto dá! Se o blog se mantiver ligado ás máquinas, mais vale acabar com ele de uma vez, não é? Bom, para já deixo-vos este texto que está excelente! O futuro... Bem, esse só a Deus pertence...



Estava há dias a falar com um amigo meu Nova-iorquino que conhece bem Portugal, o Eddie...

Dizia-lhe eu à boa maneira portuguesa de “coitadinhos” :

- Sabes Eddie, nós os portugueses somos pobres...


Esta foi a sua resposta:

Furtado, como podes tu dizer que sois pobres, quando sois capaz de pagar por um litro de gasolina mais do triplo do que pago eu?

Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de electricidade, de telefone móvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA?

Como podes tu dizer que sois pobres quando pagais comissões bancárias por serviços bancários e cartas de crédito ao triplo que nos custam nos EUA, ou quando podem pagar por um carro que a mim me custa 12.000 dólares o equivalente 20.000? Podem dar 8.000 dólares de presente ao vosso governo e nós não.

Não te entendo.

Nós é que somos pobres: por exemplo em New York o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes cobra somente 2 % de IVA, mais 4% que é o imposto Federal, isto é 6%, nada comparado com os 20% dos ricos que vivem em Portugal. E contentes com estes 20% pagais ainda impostos municipais.

Além disso, são vocês que têm “ impostos de luxo” como são os impostos na gasolina e gás, álcool, cigarros, cerveja, vinhos etc, que faz com que esses produtos cheguem em certos casos até certos a 300 % do valor original., e outros como imposto sobre a renda, impostos nos salários, impostos sobre automóveis novos, sobre bens pessoais, sobre bens das empresas, de circulação automóvel.

Um Banco privado vai à falência e vocês que não têm nada com isso pagam outro, uma espécie de casino, o vosso Banco Privado quebra, e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado.

Sois pobres onde Furtado ?

Um país que é capaz de cobrar o Imposto sobre Ganhos por adiantado e Bens pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos seus funcionários de estado e de Empresas ligadas ao Estado.

Deixa-te de merdas Furtado, sois pobres onde?

Os pobres somos nós, os que vivemos nos USA e que não pagamos impostos sobre a renda se ganhamos menos de 3000 dólares ao mês por pessoas, isto é mais ou menos os vossos 2000 €. Vocês podem pagar impostos do lixo, sobre o consumo da água, do gás e electricidade. Aí pagam segurança privada nos Bancos, urbanizações, municipais, enquanto que nós como somos pobres nos conformamos com a segurança pública. Vocês enviam os filhos para colégios privados, enquanto nós aqui nos EUA as escolas públicas emprestam os livros aos nossos filhos prevendo que não os podemos comprar.

Vocês não são pobres, gastam muito mal o vosso dinheiro.



Que vou responder ao Eddie?


Por favor dêem-me sugestões.