29 de junho de 2007

Sócrates e a tragédia

José Sócrates faz uma visita a uma escola em Lisboa e entra numa sala de aula no meio de uma discussão sobre significado das palavras. A professora pergunta ao primeiro-ministro se ele gostaria de conduzir o tema na discussão da palavra "Tragédia". Ele aceita e pede à turma que lhe dê um exemplo de tragédia. Um garoto levanta-se e diz:
- Se o meu melhor amigo está a brincar na rua e um carro o atropela, isso seria uma tragédia.
- Não - diz o primeiro-ministro - isso seria um ACIDENTE.
Uma garotinha levanta a mão.
- Se um autocarro escolar transportando cinquenta crianças - pergunta ela - caísse na ribanceira, matando toda a gente, isso seria uma tragédia?
- Também não - explica Sócrates - Nesse caso, seria uma GRANDE PERDA.
A sala fica em silêncio. Nenhum voluntário. Sócrates olha para a turma:
- Não há ninguém aqui que pode me dar um exemplo de tragédia?
Finalmente, lá no fundo da sala, um garotinho levanta a mão. Com uma voz tranquila ele diz:
- Se um carro do estado, que transportasse o senhor, fosse atingido por um míssil, matando todos os ocupantes, isso seria uma tragédia!
- Fantástico! - exclama Sócrates - Correcto! E tu podes-me dizer por que seria uma tragédia?
- Bem, - diz o garoto - porque não seria um acidente, e também não seria uma grande perda!

2 comentários:

Terra e Sal disse...

Da boca das crianças vêm muitas vezes as verdades assim, nuas e cruas.
Mas meu Caro, o miúdo deve ser mesmo da oposição. Está a substituir o papel do Marques Mendes que anda a dormir na forma.
Ou será que o seu silêncio significa que Sócrates está a fazer o trabalho que lhes pertencia a"eles"?

Bem, seja como for a coisa aparentemente, não anda tão bem como seria desejavel.
Vamos esperar o resultado no fim, e ver se valeu a pena tanto sacrificio!...

João Figueira disse...

Aqui por estas bandas passa-se exactamente o contrário. temos oposição mas não temos quem nos governe...