1 de setembro de 2006

Desventuras de um jovem solitário (eu)

Vou aqui revelar em primeira mão (para os que não têm dinheiro, depois revelo em segunda mão) algumas das minhas aventuras:

DESVENTURAS DE UM JOVEM SOLITÁRIO
  • No outro dia, uma rapariga telefonou-me e disse: «Queres vir cá a casa? Não está cá ninguém.» Eu fui lá a casa. Não estava ninguém.
  • Tinha sido um dia difícil. Levantei-me pela manhã, vesti uma camisa e saltou um botão. Peguei na minha pasta e a pega partiu-se. Estava a ficar com medo de ir à casa de banho mijar.
  • Posso dizer que os meus pais odiavam-me. Os meus brinquedos do banho eram uma torradeira e um rádio.
  • O meu pai anda com a fotografia de um miúdo na carteira, que já vinha quando ele a comprou.
  • Quando eu nasci, o médico foi à sala de espera e disse ao meu pai: «Tenho muita pena. Fizemos tudo aquilo que podíamos... Mas mesmo assim ele conseguiu sair.»
  • Lembro-me do dia em que fui raptado, que enviaram um dedo ao meu pai. Ele disse que queria mais provas.
  • Trabalhei numa loja de animais e as pessoas estavam sempre a perguntar se eu crescia muito ou se ficava só daquele tamanho.
  • Fui ao médico: «Doutor, todas as manhãs quando me olho ao espelho fico com uma vontade de vomitar... O que é que se passa comigo?» E ele respondeu-me: «Não sei, mas a sua vista está óptima.»

Sem comentários: